Tecnologia

Studio R: Alto-falantes mais potentes que o amplificador

Como alguns já viram nós estreamos a coluna Studio R na semana passada, com um post curioso sobre o impacto que amplificadores da marca causaram no UMF em Miami.

A matéria de hoje é antes de qualquer coisa um alerta para quem tem caixas muito potentes e amplificadores nem tão potentes assim…

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Usar alto-falantes com potência muito superior à dos amplificadores não é apenas desperdício de dinheiro e alto risco de queima por excesso de distorção. É também um sério risco para a durabilidade e desempenho dos amplificadores.

Embora já esteja bem claro que falantes precisam de amps com boa sobra de potência, alguns usuários insistem em fazer justamente o contrário, usando falantes de alta potência com amps de potência muito baixa. Exemplo: 2 falantes e 600 watts RMS ligados a um amp de 1.000 watts RMS em 4 ohms. Ou 8 falantes de 800 watts ligados à um amp de apenas 5.000 watts em 2 ohms.

Teoricamente, o único problema mais óbvio desta prática seria o risco de queima dos falantes por excesso de distorção e a obtenção de um baixo desempenho sonoro do sistema, mas não é só isso! Utilizar falantes muito mais potentes que o amplificador pode causar também problemas de impedância e, consequentemente, superaquecimento de qualquer amp.

E por quê isso ocorre? Projetos tanto de amps quanto de alto-falantes levam em consideração a temperatura ideal de trabalho. E o que poderá surpreender alguns, é que esta temperatura ideal de trabalho é bem alta! E precisa ser alta, pois é da diferença entre a temperatura interna de operação do equipamento e a temperatura do ambiente em que vivemos, que se consegue o maior resultado de eficiência global de um sistema (isso é explicado em detalhes pela segunda lei da termodinâmica).

Com isso, a evolução da técnica dos alto-falantes tem se valido cada vez mais deste quesito para sua refrigeração e controle da impedância dos mesmos e, paralelamente, explica na prática porque não devemos ligar alto-falantes de grande potência em amps de baixa potência.

Se o falante possui então uma faixa de temperatura ideal de funcionamento que permita que ele atinja a impedância mais próxima de sua especificação, cabe ao amplificador proporcionar isso.

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Amplificadores Studio R – Série X

Somente um amp de alta potencia e utilizado em regime adequado à potência do falante e do sistema, é capaz de manter um falante em sua temperatura ideal de funcionamento, onde sua impedância média atenderá às normas não sobrecarregando o amplificador.

Quando ligamos um amp de menor potência em alto-falantes de grande potência, este falante trabalhará consequentemente em uma temperatura muito baixa e apresentará uma impedância média que chega tipicamente perto dos 5 ohms. Baixíssima! Como conseqüência, o amp se protegerá desta situação acionando seus sistemas de proteção e superaquecendo-se. E, como se não bastasse, o circuito de proteção pode gerar grandes distorções na saída do mesmo danificando o falante com movimentos não lineares.

Quando, ao contrário, colocarmos um falante de menor potência ligado a um amplificador com potência de sobra adequada, primeiro ele atingirá sua temperatura ideal de trabalho sem agredir o amplificador e, segundo, por ser um falante mais leve será mais eficiente, recompensando o sistema com menor custo e maior durabilidade geral.

Portanto, utilizar falantes de alta potência em amps de baixa potência, é certamente a causa prática de grande parte dos problemas de desempenho e durabilidade de um sistema, em vários âmbitos diferentes. Tanto no momento em que o amp é exigido em seu limite (gerando distorção e queima dos falantes), quanto nos momentos em que ele está, aparentemente, trabalhando com folga (gerando baixas impedâncias e superaquecimento do amplificador).

É notório que certos fenômenos práticos podem colocar por terra mesmo as mais complexas teorias. E é aí que muita gente, mesmo as mais bem informadas, cometem equivocos enormes e geram problemas aparentemente sem explicação ou solução em seus sistemas. O áudio é um grande exemplo de que o que dá certo na teoria nem sempre dá certo na prática.

Por este motivo, alguns fenômenos como este que acabamos de descrever tem surgido comummente em sistemas e vem sendo mal contornados ou mal compreendidos. E muitos nem se dão conta que estão experimentando este tipo de problema.

Fiquem atentos e sempre dimensionem corretamente a relação de potência entre falantes e amps! Só assim um sistema se torna eficiente e lucrativo. Só assim o dinheiro investido em equipamentos retornará para seus bolsos.