Já se foi o tempo em que VJs tinham poucas opções de software para conseguir viabilizar seus projetos visuais. Atualmente, existe um número significativo de alternativas no mercado. Cada um desses programas trazem consigo algumas características em comum – e diferem em outras. Nesse caso, a escolha depende do objetivo e estilo de trabalho de cada profissional. Mas como em todo segmento, existem aquela ferramenta “adotada” pela comunidade. No caso dos VJs, estamos falando do Modul8.

Se intrometa no monitor de algum VJ e a chance de você se deparar com a tela do Modul8 é enorme. Isso porque ele une praticidade, desempenho e adaptabilidade. Existem muitas limitações técnicas, temos que concordar, mas mesmo assim é o pontapé inicial para qualquer projeto. Se o seu foco é videotecagem pura, sem áudio, indico de pronto o Modul8.

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O Modul8 foi desenvolvido em 2005 pela empresa suíça GarageCubemesma produtora do também popular MadMapper (assunto para outro post). O programa se encontra na versão 2.7.2, e tem dois grandes limitadores: preço e sistema operacional. O Modul8 só roda em ambiente Mac OS (um dos motivos pelo qual muitos VJs preferem equipamentos da Apple). A licensa mais barata é 299 euros (para instalar em duas máquinas distintas – muita gente divide o fardo com o amigo). Mas no fundo, se você parar para pensar, com o Macbook Pro e o Modul8, um VJ básico só precisaria de uma controladora MIDI (isso se ele quiser, porque não é essencial).

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O fluxo de trabalho, resumidamente: você tem uma tela de composição, que é o output de vídeo do programa. Tudo que você colocar ali, será enviado para algum lugar (projetor, TV, outros softwares, etc). Essa composição é feita manipulando-se camadas de vídeo – posição, transparência, escala, velocidade, rotação, filtros de cor, efeitos, etc.

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Claro que você pode trabalhar em uma composição de forma oculta, e jogar ela para o output apenas quando desejar. Enquanto isso, pode estar rolando uma outra composição que você preparou previamente. Os samples de vídeo rodam instantaneamente assim que você carrega eles em alguma camada. Não existe botão de play: tudo vai rodar em loop a menos que você diga o contrário. Note que o Modul8 é mais voltado para performances ao vivo justamente por isso.

O nome Modul8 vem do fato de que é possível programar módulos (espécie de plugins) e usá-los dentro do programa. Se você entende de linguagem Python, vá em frente! Caso contrário, é só consultar o banco de módulos online e baixar tudo aquilo que for pertinente para você – e agradecer pela comunidade ativa de pessoas que colaboram com o projeto! E todos os módulos, incluindo os nativos, aceitam comandos MIDI de controladoras diversas.

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O Modul8 é simples na medida certa, mas ao mesmo tempo precisa se atualizar. Justamente por amarmos tanto o Modul8, queremos que ele cresça junto com nossas aspirações. Mas pode ter certeza: ele tem tudo para ser o seu companheiro de aventuras.

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