Faders são componentes essenciais de qualquer mixer e podem ser o melhor amigo ou pior inimigo de um DJ, dependendo de sua qualidade, uso, estado de conservação…

Mas o que você sabe sobre eles? Como funcionam, o que fazem, quais os tipos e que diferença há entre eles? É o que veremos a seguir.

Controle de voltagem

Na maioria dos mixers modernos, os faders não controlam áudio diretamente. Na verdade, o movimento dos faders criam valores (geralmente por controle de voltagem) que depois são usados pela seção de amplicador do circuito de processamento do volume do fader (ou qualquer uso que o fader possa ter). O que é bom, pois o desgaste do fader prejudica a precisão do controle do som, mas não prejudica a qualidade do áudio.

Muitos mixers possuem circuitos que podem alterar dinamicamente o corte em curva, de modo que uma pequena alteração ou corte total de volume do fader tenha uma resposta precisa. Isso é feito tomando os valores enviados pelo circuito VCA do fader e aplicando um cálculo de valores proporcionais a eles. 

Quando se trata da capacidade de curva do fader, MIDI é a palavra chave. Como o valor VCA pode entrar em um circuito MIDI de forma totalmente linear e os valores de 0 até 127 podem significar qualquer coisa, não apenas o controle do nível de curva VCA é redundante em um dispositivo que você está projetando com controle MIDI em mente, mas faders muito menos especializados podem ser utilizados para alcançar os mesmos efeitos que atingem os faders mais caro de áudio direto.

On/Off instantâneo é difícil de atingir em um fader baseado em contato, por causa da limitação física do amplificador ao não conseguir amplificar rapidamente um sinal com pequenas mudanças, o que é feito com facilidade se esse fader for usado para mudar o volume digital em um computador.

Dito isso,  há dois grandes indicadores de qualidade dos faders: cut in (corte) e cut lag (atraso do corte). O atraso do corte é a distância entre o limite físico do fader e os limites de seu percurso, enquanto corte é distância que leva para o fader ir de ligado para desligado. O atraso do corte é um problema mecânico e faders com grande quantidade de atraso 

Há uma série de maneiras para controlar problemas de cut lag, desde métodos oficiais dos fabricantes, como os espaçadores do Vestax CLS-1 (imagem acima) que plugam as fendas no final do fader, até soluções improvisadas que envolvem tesoura, cartão de crédito e fita adesiva…

Tipos de Faders

Faixa de Carbono

  • barato
  • pequena cápsula
  • pode ter uma sensação granular
  • problemas de longevidade 

Exemplos: Mixers não desenvolvidos para scratchs, muitos controladores MIDI.

Faders de baixo custo deslizam pelo “tronco” do fader, em uma estrutura simples que contém uma faixa de carbono. O maior problema desse tipo de fader é sua longevidade limitada, o que faz com que a resposta do fader fique imprecisa com o tempo, dado o desgaste do carbono (causando uma sensação granular).

Por outro lado eles podem ser extremamente baratos e uma boa alternativa para faders que não são tão usados, além de ocuparem muito espaço.

Plástico Condutor

  • sensação suave
  • dura bastante
  • precisa de limpeza intermitente

Exemplos: Vestax PCV, Pro X Fade

Esse tipo de fader tem duas vantagens em relação ao carbono: é mais resistente ao desgaste e têm uma resposta mais suave. Muitos faders tops baseados em contato utilizam plástico condutor e ao invés de deslizarem diretamente em uma trilha, têm sua base conectada a um corpo principal que desliza ao longo de trilhos condutores. E isso que faz com que a sensação seja de uma resposta mais suave,  os trilhos podem ser levemente lubrificados e o próprio peso do corpo do fader causa uma boa sensação. 

Ao contrário do fader de carbono, uma simples limpeza no fader de plástico condutor pode resolver problemas e aumentar sua vida útil. 

Faders Óticos

  • baixo custo, tecnologia sem contato
  • muito mais suscetível a interferências do ambiente
  • problemas com precisão em unidades de baixo custo

Exemplos: Focus fader, Infinium fader

Faders óticos têm um custo muito menor de fabricação, mas são mais frágeis e suscetíveis a interferências do ambiente. Como dependem de sensores óticos, qualquer coisa que pode obscurecer o caminho da luz e criar falsos negativos, como fumaça e sujeira, ou enganar os sensores e criar falsos positivos, como as luzes da balada, podem ser um problema para este tipo. A temperatura também causa efeitos no fader, criando atrasos de resposta. 

Mas os faders óticos não são todos iguais. O dispositivo de sensibilidade à luz pode ser um foto resistor, transistor ou díodo. Foto díodos são muito rápidos e precisos, mas também muito mais caros que foto resistores. Os resistores são um pouco mais lentos comparativamente, e podem causar aquela sensação de que o movimento feito não está sendo correspondido.

Faders Magnéticos 

  • precisos
  • caros
  • tecnologia sem contato

Exemplos: Rane Magnetic Fader, Ecler Eternal Fader

Faders magnéticos uma mudança de voltagem baseada no nível de mudança de um campo magnético. Sensores nas extremidades do fader rastreiam o movimento do imã acoplado no corpo do fader. Esses faders são extremamente precisos e menos suscetíveis ao ambiente. Por outro lado, são muito caros.

Faders de capacitância

  • precisos
  • caros 
  • tecnologia sem contato

Exemplo: Innofader

Esse tipo de fader conta com as paredes da frente e de trás de sua cápsula, que contém circuitos. Esses circuitos criam um campo capacitivo que o bloco do fader manipula conforme ele se move. A qualidade desses faders e dos faders magnéticos é bastante similar, sendo os dois altamente resistentes.

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Há algum tempo DJs do mundo todo passaram a querer trocar faders de seus equipamentos, em busca de qualidade e durabilidade, instalando principalmente innofaders. O maior problema encontrado nesse processo é compatibilidade. 

Faders são componentes elétricos como qualquer outro e sua compatibilidade com um determinado equipamento depende de resistência, limites de energia, tamanho do componente e possibilidade de alteração do equipamento. 

Matéria originalmente publicada pelo blog DJ TechTools. Traduzida e adaptada por Thiago de Lucca.

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