Não é exagero considerar o paulistano Bruno Belluomini o embaixador do Dubstep no Brasil.

Em 2005 ele organizou o site Tranquera, até hoje o melhor site brasileiro sobre o gênero. Se você nunuca ouviu falar em Dubstep ou quer se aprofundar mais, este é o seu lugar.

Dj e produtor, Bruno também idealizou a festa Tranquera para disseminar a Bass Culture no Brazil, onde é residente, e trouxe grandes produtores para as pistas brasileiras. A festa acontece no basement do clube Vegas, em São Paulo.

Com produções tocadas na BBC Radio 1 e por Djs ao redor do mundo, Bruno nos fala um pouco sobre Dubstep, mercado e produção.

1. Você acredita que o Dubstep terá um “booom” similar ao Drum’n’bass ou que será ainda maior?

Quem pode prever o futuro? Faço a minha parte para que o Dubstep possa ser experimentado da melhor forma possível por aqui. Minha residência no Vegas em São Paulo é a oportunidade que tenho para mostrar ao público brasileiro o que é o Dubstep de verdade: uma pista de dança cheia de gente animada, interessada em música intensa. Para isso conto com um staff incrível e um sound system potente, preparado para fazer tremer até os ossos!

2. Você já teve a oportunidade de acompanhar o Dubstep na Europa?

Sim. Já toquei com Kode 9, Benga, N-Type, Hatcha, Loefah, Pinch, Appleblim, Peverelist, Boxcutter e Milanese lá fora. Visitar as lojas de vinil em Londres é uma loucura: você nunca volta sem um novo case comprado por lá mesmo só para trazer as novidades ou as raridades encontradas no Soho.

3. O estilo está ligado à cultura do vinil ou aos computer DJs?

Dubstep é vinil. Não tem jeito. Discos e dubplates são as ferramentas básicas dos grandes DJs do estilo.

4. Como avalia o crescimento do gênero no Brasil?

A Tranquera é a única festa dedicada ao gênero no Brasil e levo o label para outras capitais também – Porto Alegre e Minas Gerais receberam a Tranquera em 2010. São noites épicas de pura catarse sonora que somam música, atitude e cultura urbana. A reação do público é muito positiva e geralmente as pessoas mais desavisadas acabam se surpreendendo também. Trabalho para que a coisa toda seja muito contagiante sempre. As fotos traduzem o espírito da festa.

5. Qual o público da festa Tranquera?

Só descendo no basement do Vegas para saber como é! Vocês estão convidados!

6. Você também é produtor. É difícil para um produtor brasileiro lançar músicas nos maiores selos do gênero?

A questão é: você é capaz de se expressar musicalmente de uma forma ampla e global? Se você possui essa capacidade então sua chance de ser ouvido pelo resto do mundo é maior. Hoje o Dubstep está em todo lugar e as produções precisam se diferenciar cada vez mais. O que conta é sua maneira de produzir, suas influências, os timbres dos seus samples, etc. Um pouco de sorte e muito trabalho também ajudam!

7. Qual software e outras ferramentas você utiliza para produzir?

Uso um rádinho de pilha, um controlador MIDI, o Audacity e o Ableton. Gosto de automatizar parâmetros mas curto captar a imprevisibilidade do gesto humano. O erro e o acaso são bem-vindo também. Sou adepto do Creative Commons quando o assunto é direito autoral e distribuição de cultura livre.

8. Que dicas daria para novos produtores interessados em fazer Dubstep?

Entenda o que é o espectro sonoro e como as baixas freqüências são usadas. Converse com engenheiros de som que realmente entendam do seu ofício. Sinta o grave de verdade na frente do sound system da Tranquera. Faça seu som e transforme suas idéias em música com os recursos que você tiver em mãos. Ah! Não esqueça de pedir alguns samples para remixar minhas produções! Quero ouvir o que vocês estiverem produzindo também.

Para saber mais: www.tranquera.org

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