Uma semana, mais de 720.000 visualizações no Vimeo, menção em todos os principais blogs dedicados ao universo audiovisual. Vamos tentar ir a fundo nessa história, então se você ainda não assistiu ao vídeo Box, sugiro que o faça agora:

Para quem acompanha o mercado, fica claro que esse trabalho está entre os mais ousados da história. VJs do mundo inteiro se impressionaram, em um misto de euforia e preocupação: o que será do video mapping depois disso?

Obviamente, o mapeamento de projeção em superfícies em movimento é o principal trunfo do projeto. Mas isso não teria o impacto que teve sem a perfeita sincronia com a perspectiva criada nas animações, que também acompanhava o ponto de vista da câmera.

Muita gente gostaria de saber como isso foi possível. A dica é óbvia: máquinas industriais de alta precisão. A tal Bot & Dolly, “produtora” do vídeo, é na verdade uma empresa que comercializa o IRIS, um “Robotic Motion Control System”, exatamente o braço robótico que vemos controlando as superfícies!

Ou seja, com um “único play”, o processo se inicia perfeitamente, luz, performers, vídeo, máquinas, câmera… Mas e a câmera? Ela também estava presa em uma IRIS. Se você estava em busca do segredo, é aqui que ele reside. A correção de perspectiva das animações foi criada para encaixar perfeitamente no ângulo da câmera. Infelizmente, qualquer outro ponto de vista estragaria a ilusão do show. Ou seja, nada de ver Box ao vivo, estragaria a magia.

Para os curiosos de plantão, o software utilizado foi o TouchDesigner. É uma plataforma que roda em Windows, voltada para projetos de video mapping, mídias interativas, visuais para música ao vivo, etc. Mas devo decepcionar o leitor com uma breve observação. O TouchDesigner foi usado em uma etapa específica de um projeto muito mais amplo. Basta notar a quantidade de pessoas envolvidas no processo:

Produtor executivo, diretor criativo e técnico, diretor de design, designers gráficos, artistas 3D, animadores 2D, diretor de fotografia, designers de luz, VJ, animadores robóticos, operador robótico, cenografista, supervisor de script, engenheiros de som, performers, editores, designer de trilha sonora, mixador de som, técnicos, ufa!

O VJ que está ali no meio, Phil Reyneri, cuidou “apenas” da projeção. E se você ainda não ficou satisfeito com esse post, saiba que o filme “Gravity“, que promete ser um sucesso de bilheterias em 2013, foi gravado usando os tais braços mecânicos da Bot & Dolly. É, quem diria que Sandra Bullock e video mapping um dia teriam uma relação.