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Grandes DJs construbuíram para o desenvolvimento da cena como a conhecemos hoje, ultrapassando as fronteiras que caracterizaram as festas desde o final da década de 60, como o jamaicano Clive Campbell, mais conhecido como DJ Kool Herc, que foi o primeiro DJ na história a desenvolver uma técnica de mixagem utilizando dois toca discos e um mixer.

DJ Kool Herc

DJ Kool Herc

Depois de 40 anos, podemos dizer que a arte de mixar (misturar) tomou proporções praticamente igualáveis a qualquer outra arte desenvolvida dentro da música. Existem até mega instituições, como a Scratch DJ Academy, com sede em Nova York, fundada em 2002 e primeira no mundo a oferecer um currículo especializado em mixagens.

Lá o (a) DJ, seja ele amador ou profissional, aprende como lidar com questões comerciais da indústria fonográfica além das técnicas que envolvem a arte.

“O DJ transcendeu os gêneros. Já era hora de esta forma de arte ganhar o mesmo respeito e legitimidade que o jazz e o rock ganharam”, afirma Rob Principe, que junto a Reg Gaines e o lendário Jam Master Jay (membro do RUN DMC que foi tragicamente assassinado) fundaram a academia.

Do Lixo ao Luxo

Há alguns anos atrás, a pessoa que se aventurasse pelo mundo dos toca discos era vista até com certo preconceito, acredite se quiser, mas hoje, cada vez mais os olhos da mídia se voltam para a figura do DJ.

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São vários os programas de TV que incluíram o DJ como figura permanente nos palcos e grandes marcas lançam uma quantidade considerável de anúncios, comerciais para a TV e até jogos para vídeo-game.


DJ Hero da Playstation


Comercial Hot-Pocket para Sadia


Falso programa de TV criado pela marca de refrigerantes americana “Mountain Dew”, que se espalhou pela internet.


Comercial da Nokia com 5 DJs fazendo uma espécie de “Jam Session” com seus celulares

Além da imagem da pessoa descolada, popular, o DJ também é considerado o garanhão, como foi publicado em um artigo bizarro sobre dicas de estilo de vida no site newssociety.parentingtipsline.com.

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Segundo o site “todos os DJs são sexy” (!) e se você estiver desempregado, entediado com a vida, eles recomendam aos leitores que iniciem uma carreira como DJ.

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“O DJ é provavelmente um dos profissionais mais sexy e pra ele nunca faltará parceiros sexuais”! Diz o site. E o urbandictionary.com confirma a tendência com uma iluminada definição do que é uma DJ groupie, a famosa Maria Picape.

“Só o fato de ser DJ (e nem precisa ser um dos bons) já garante uma Maria Picape ao seu lado” avisa o portal, “DJs frequentemente as usam para carregar seus pesados cases de discos.”

"Eu só saio com DJs"

“Eu só saio com DJs”

Além do apelo sexual, ainda tem a questão financeira. Alguns DJs chegam a ganhar rios de dinheiro, cobram uma fortuna para tocar, como o lendário DJ Paul Oakenfold que chega a fazer 7.5 milhões de dólares por ano.

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Mas sabemos que essa é a realidade de uma menoria que chega ao estrelato, como em qualquer outra carreira artística e que o trabalho de um verdadeiro DJ não se baseia na exposição mas sim em um bom repertório, técnica, carisma, dedicação e seriedade, seja seu trabalho voltado para clubes, bares, quermeses, casamentos, rádios…

Orchestra Invisível ou DJ Tapa Buraco?

Mesmo com toda essa exposição e glorificação, ainda rola um paradoxo. Enquanto a imagem do DJ é explorada, existe um outro lado que é a falta de crédito dada à alguns colegas da profissão em certos eventos, inclusive de grande porte.

Não é de hoje que o trabalho do DJ é usado para entreter o público no intervalo de bandas, shows e afins. Sabe-se também que hoje a profissão já toma um lugar considerável no mercado de trabalho informal.
Mas foi checando a programação do Gás Festival que senti uma “jogada pra escanteio” com relação ao trabalho dos DJs que fizeram parte do evento.

Tudo bem que o foco do festival seja as bandas de rock e o esporte, mas também contou com a participação de DJs profissionais na tenda Gás Breaking – B-Boys

“Line Up Completo” – Música
Bad Religion
Charlie Brown Jr.
Pitty
Strike
Voltz
Duas finalistas da etapa São Paulo do GAS Sound
DJs (?)

Se vc é profissional da área, sabe como é importante ter seu nome vinculado a grandes eventos, especialmente a eventos culturais que envolvam outras tribos, promovendo cultura.

Pode até parecer bobagem mas a falta de crédito dá a impressão de que o artista é substituível, o que não é o caso.

Esses profissionais foram escolhidos a dedo por ter um trabalho importante relacionado ao segmento, como é o caso do DJ Brown, DJ oficial do Master Crews, um dos maiores eventos do segmento que promove batalhas entre grupos de dança de rua e foi DJ oficial da eliminatória sul-americana para o Red Bull BC One 2007. Os DJs que dividirão a cabine com Brown nesse evento são DJ Niko e DJ Marcelo, dois profissionais que não tem tanta bagagem como ele mas são considerados as novas revelações do segmento.

Claro que existem inúmeras histórias como essa, assim como existem muitos profissionais talentosos que qualificam o ofício e nunca estarão em um “Top DJ List” por não ter a influência que o mercado tanto deseja.

Hoje mais do que nunca, o DJ além de se destacar por sua criatividade e técnica, precisa conhecer a indústria fonográfica e suas burocracias para ter seu espaço garantido no mercado, tem que pesquisar e se dedicar ao máximo, conhecer as ferramentas e estar sempre em busca do conhecimento e inovação.

Os cursos de produção musical são uma excelente opção quando o DJ tem o interesse em divulgar sua própria criação, que combinada a arte da discotecagem trazem ao profissional originalidade, uma vantagem no mercado.

Alguns DJs brasileiros comprovaram esse fato tendo o reconhecimento da população através da divulgação de suas prórpias produções como, por exemplo, o DJ Patife (Fernanda PortoSambassim), Ramilson Maia & Deeplick (Vanessa da Mata), XRS Land (Gilberto Gil – Dia de Sol), Marky & XRS Land (Jorge Ben JorCarolina Carol Bela), entre muitos outros que ajudaram a popularizar a arte combinando suas técnicas como DJ e produtor.

Podemos dizer que conquistamos um espaço importante no mundo da música moderna graças a dedicação de profissionais que acreditaram e persistiram deixando para os futuros DJs um legado de respeito e amor à arte.

DJ Mau Mau na capa do livro "Todo DJ Já Sambou"

DJ Mau Mau na capa do Livro “Todo DJ Já Sambou”

Contudo pode parecer quase impossível chegar lá, principalmente se você não tem “amigos influentes” ou faz parte de uma classe social em desvantagem.

Mas aqui vai a boa notícia: dinheiro não compra talento!

Eliana ataca de DJ e encomenda remix do hit "Dedinhos"

Eliana ataca de DJ e encomenda remix do hit “Dedinhos”

Milagres não existem

Se você se dedicar e for determinado(a), sua chances vão aumentando assim como sua experiência.

Manter-se informado, absorver o máximo de conhecimento possível e praticar sempre a arte com qualidade, são quesitos importantes para a construção de uma carreira de sucesso.

Não sabe por onde começar? Que tal fazer um curso de DJ? Nenhum curso vai fazer de você um “Top DJ” (aliás, alguém acredita nisso?) mas além de ensinar os primeiros passos, colocará você em contato com outros que tem o mesmo interesse, o que gera troca de informações, importante também para o lado social da profissão.

curso dj ban

Então, se agilize! Frequente as festas favoritas, preste atenção no que o profissional mais velho tem a mostrar e assim que possível, promova suas próprias festas!

Não tem grana pra comprar equipamentos? Junte a galera, faça uma vaquinha e alugue!

Muitos dos grandes DJs começaram a tocar para os amigos do bairro, escola etc.

Se funcionou para alguns, quem garante que você não pode ser o próximo(a)?

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